quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Vaidade e maternidade

Com a maternidade acabou o tempo para mim, tornei-me mãe e deixei de ser mulher, a Déborah.
O pós parto é uma barra, a recuperação do parto, mesmo que rápida, a amamentação, que é tão intenso e exige muito dedicação, o corpo deformado, concordo que é uma palavra forte e até difícil mas a verdade é essa, eu demorei pra entender o que tinha acontecido com meu corpo.
Cabelo sempre preso, quase sempre sujo e com a tintura atrasadíssima.
Pele ressecada.
Olheiras profuuuuuundas.
Meio sem cor, pálida.
Sombrancelha por fazer.
Unhas curtas e sem cor, cutículas avaçando.
Roupas virou uma dificuldade, as que eram grandes ainda não servem, no começo continuei usando as roupas de grávida, depois precisei comprar novas, precisei de um guarda roupa novo, mas sem condições de sair para comprar e dinheiro para tanto fui me virando com o pouco que comprava e comprar também não foi simples, tinha que achar o que servia e ficasse razoável porque bom mesmo nada.
Nessa altura estilo fica por último só pra colaborar com a montanha russa de hormônios desse período.
Acessórios...ah acessórios, nem pensar, o bebê "não deixa".
Tive que encarar o mundo a seco, foi estranho, senti a diferença do tratamento dos outros comigo pela minha aparencia, achei dificil mas tive que encarar, não tinha opção.
Perdi peso mas não cheguei no que era antes, já consigo comprar mais roupas mas tudo tem que ser tão rápido porque o Cauê não fica quietinho enquanto escolho e experimento,imagina, agora tenho dois homens me esperando fora do provador, que pressão hein!
Preciso entrar em uma loja de departamento e com visão de 360º captar o que me agrada e possívelmente sirva além de ter um precinho camarada.
Experimentar e decidir o que ficar em segundos e sair correndo pois a essa altura o bebê já está enlouquecido, correndo e mexendo em tudo na loja e o papai com a paciência por um fiozinho e ainda tem a fila do caixa!
Meu filho tem 2 anos e 5 meses e ainda não consigo ter um tempinho pra mim, continuo com o cabelo preso todos os dias, com tintura e sombrancelha por fazer, pele seca, etc etc etc
Isso é um desafio pra mim, não me sinto bonita, não me sinto mulher, sinto falta de mim.
Todo meu tempo e energia é dedicado a ser mãe, não sobra muito, o tempinho que sobra é para comer, dormir, tomar banho e trabalhar, esse trabalho é bem paulatino, faço pouquinhas coisas por semana.
Ainda não me acostumei com isso e sofro, é um desafio diário.
Vejo que é algo bem particular, conheço pessoas com 2 filhos, os 2 pequenos e a mãe está sempre linda, cabelo, unhas, pele, roupas, bem disposta.
Vejo outras que continuam se dedicando as suas questões pessoais.
Eu não consigo, simplesmente não dá, não há tempo.
Ai como é difícl pra mim.
A vaidade fica em último plano, no fim da lista e o cançasso sempre a deixa para o dia seguinte e assim estamos agora.
Faço o que dá pra pelo menos me diferenciar do meu irmão...rs...(uma amiga disse isso e sempre uso o exemplo)
Sinto muita falta de dedicar-me a mim, a minha aparência, de me sentir bonita, de usar roupas gostosinhas, bacaninhas, que refletem quem sou eu.
Já consigo usar brincos, às vezes pulseira, colar e maquiagem ainda não, consigo também me dedicar um pouco mais ao cabelo, a raiz não fica tão grande, mas ainda me parece pouco.
As mudanças no meu corpo é outro desafio, além de eu ainda estar acima do meu peso também não me acostumei com as medidas perdidas e as ganhas, preciso me aceitar, conformar com a mudança lenta e aceitar que não será como antes.
Às vezes encaro melhor outras tantas fico desanimada.
Meus amigos me acham cheia de vida, iluminada e eu me sinto acabada, sempre cansada e vou levando como dá.
Meu ar é diferente mesmo pois um filho é algo incrível, só quem tem sabe.
Mais uma que a maternidade me truxe e vamos que vamos na esperança de dias melhores..rs...