segunda-feira, 25 de abril de 2011

Filhos são do mundo... José Saramago

Devemos criar os filhos para o mundo.

Torná-los autônomos, libertos, até de nossas ordens.

 A partir de certa idade, só valem conselhos.

Especialistas ensinaram-nos a acreditar que só esta postura torna adulto aquele bebê que um dia levamos na barriga.

E a maioria de nós pais acredita e tenta fazer isso.

O que não nos impede de sofrer quando fazem escolhas diferentes daquelas que gostaríamos ou quando eles próprios sofrem pelas escolhas que recomendamos.


Então, filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem.

Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado.
Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo! Então, de quem são nossos filhos?

Eu acredito que são de Deus, mas com respeito aos ateus digamos que são deles próprios, donos de suas vidas, porém, um tempo precisaram ser dependentes dos pais para crescerem, biológica, sociológica, psicológica e emocionalmente.

E o meu sentimento, a minha dedicação, o meu investimento? Não deveriam retornar em sorrisos, orgulho, netos e amparo na velhice?

Pensar assim é entender os filhos como nossos e eles, não se esqueçam, são do mundo!
Volto para casa ao fim do plantão, início de férias, mais tempo para os filhos, olho meus pequenos pimpolhos e penso como seria bom se não fossem apenas empréstimo! Mas é. Eles são do mundo.

O problema é que meu coração já é deles.

Santo anjo do Senhor...
É a mais concreta realidade. Só resta a nós, mães e pais, rezar e aproveitar todos os momentos possíveis ao lado das nossas 'crias', que mesmo sendo 'emprestadas' são a maior parte de nós !!!
"A vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver "

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Desmame: fatos e mitos

O homem é o único mamífero em que o desmame (aqui definido como a

cessação do aleitamento materno) não é primariamente determinado por

fatores genéticos e instinto, sendo fortemente influenciado por

fatores sócioculturais. Hoje, ao contrário do que ocorreu por pelo

menos dois milhões de anos, ao longo da evolução da espécie humana, a

mulher opta (ou não) pela amamentação e, influenciada por múltiplos

fatores, decide por quanto tempo vai (ou pode) amamentar. Muitas

vezes, as preferências culturais (não amamentação, introdução precoce

de outros alimentos na dieta da criança, amamentação de curta duração)

entram em conflito com a expectativa da espécie.


Algumas conseqüências dessa divergência já puderam ser observadas,

como desnutrição e alta mortalidade infantis, sobretudo em áreas menos

desenvolvidas. Porém, as conseqüências a longo prazo ainda não são

totalmente conhecidas, já que transformações genéticas não ocorrem com

a rapidez com que podem ocorrer mudanças de hábitos. Começam a ser

mostradas evidências de que o não amamentar segundo as expectativas da

espécie pode ter repercussões negativas ao longo da vida dos

indivíduos. Assim, a não-amamentação ou amamentação sub-ótima podem

favorecer o aparecimento de doenças alérgicas, diversas doenças do

sistema imunológico, alguns tipos de cânceres, obesidade, diabete e

doenças cardiovasculares, além de interferir negativamente no

desenvolvimento oro-facial. Provavelmente, com o aparecimento de

novas pesquisas nessa área, outros males serão relacionados com os

hábitos "modernos" de alimentação infantil, mas alguns aspectos

dificilmente podem ser quantificados, especialmente os relacionados

com a psique humana.


Atualmente, em especial nas sociedades ocidentais, a amamentação é

vista primordialmente como uma forma de alimentar a criança, sob o

controle total dos adultos. Assim, perdeu-se a percepção da

amamentação como um processo mais amplo, complexo, envolvendo

intimamente duas pessoas e com repercussão na saúde física e no

desenvolvimento cognitivo e emocional da criança, além de repercussões

para a saúde física e psíquica da mãe. Hoje, em muitas culturas

"modernas", a amamentação prolongada (cujo conceito varia de acordo

com a "convenção" da época e do local) freqüentemente é vista como um

distúrbio inter-relacional entre mãe e bebê.


Perdeu-se a noção de que o desmame não é um evento e sim um processo,

que faz parte da evolução da mulher como mãe e do desenvolvimento da

criança, assim como sentar, andar, correr, falar. Nesta lógica, assim

como nenhuma criança começa a andar antes de estar pronta, nenhuma

criança deveria ser desmamada antes de atingir a maturidade para tal.

Em harmonia com esta linha de pensamento, Dr. William Sears, um antigo

pediatra, recomendava: "Não limite a duração da amamentação a um

período pré-determinado. Siga os sinais do bebê. A vida é uma série

de desmames, do útero, do seio, de casa para a escola, da escola para

o trabalho. Quando uma criança é forçada a entrar em um estágio antes

de estar pronta, corre o risco de afetar o seu desenvolvimento

emocional". Essas palavras sábias podem ter pouco respaldo em

sociedades individualistas, que tendem a acelerar o processo de

independização do ser humano, substituindo o seio por métodos de

auto-consolo como chupetas, paninhos, mantinhas, ursinhos, etc.


Segundo diversas teorias, o período natural de amamentação para a

espécie humana seria de 2,5 a sete anos. Atualmente, a Organização

Mundial da Saúde recomenda aleitamento materno por dois anos ou mais,

sendo exclusivo nos primeiros seis meses. Apesar dessa recomendação,

poucas mulheres no Brasil amamentam por mais de dois anos. As razões

para a não amamentação prolongada variam desde dificuldade em

conciliar a amamentação com outras atividades, até crença de que

aleitamento materno além do primeiro ano é danoso para a criança sob o

ponto-de-vista psicológico. Uma parcela de mães, apesar de demonstrar

desejo em continuar a amamentação, sente-se pressionada a desmamar por

profissionais de saúde, seus maridos, parentes, vizinhos e amigos.

Para a manutenção do paradigma que sustenta a afirmação de que

amamentação prolongada não é natural, foi necessário criar vários

mitos, tais como o de que uma criança jamais desmama por si própria,

que a amamentação prolongada é um sinal de problema sexual ou

necessidade materna e não da criança e que a criança que mama fica

muito dependente. Algumas mães, de fato, desmamam para promover a

independência da criança. No entanto, é importante lembrar que o

desmame provavelmente não vai mudar a personalidade da criança. Além

disso, o desmame forçado pode gerar insegurança na criança, o que

dificulta o processo de independização.


O desmame pode ser agrupado em quatro categorias básicas: abrupto,

planejado ou gradual, parcial e natural. Sob a ótica de que o desmame

é um processo de desenvolvimento da criança, parece razoável afirmar

que o ideal seria que ele ocorresse naturalmente, na medida em que a

criança vai adquirindo competências para tal. No desmame natural a

criança se auto-desmama, o que pode ocorrer em diferentes idades, em

média entre dois e quatro anos e raramente antes de um ano. Costuma

ser gradual, mas às vezes pode ser súbito, como por exemplo em uma

nova gravidez da mãe (a criança pode estranhar o gosto do leite, que

se altera, e o volume, que diminui). A mãe também participa ativamente

no processo, sugerindo passos quando a criança estiver pronta para

aceitá-los e impondo limites adequados à idade.


O *Quadro 1* apresenta os sinais indicativos de que criança pode estar

pronta para iniciar o desmame. É importante que a mãe não confunda o

auto-desmame natural com a chamada "greve de amamentação" do bebê.

Esta ocorre principalmente em crianças menores de um ano, é de início

súbito e inesperado, a criança parece insatisfeita e em geral é

possível identificar uma causa: doença, dentição, diminuição do volume

ou sabor do leite, estresse e excesso de mamadeira ou chupeta. Essa

condição usualmente não dura mais que 2-4 dias.


Algumas vantagens do desmame natural encontram-se no *Quadro 2*.

O desmame abrupto é desencorajado, pois se a criança não está pronta, ela

pode se sentir rejeitada pela mãe, gerando insegurança e muitas vezes rebeldia.

Na mãe, o desmame abrupto pode precipitar ingurgitamento mamário,

bloqueio de ducto lactífero e mastite, além de tristeza ou depressão,

por luto pela perda da amamentação ou por mudanças hormonais.


Muitas vezes a mulher se depara com a situação de querer ou ter que

desmamar antes de a criança estar pronta. Nesses casos, o profissional

de saúde, em especial o pediatra, deve respeitar o desejo da mãe e

ajudá-la nesse processo.


O *Quadro 3* apresenta os fatores que facilitam o encorajamento do bebê

para o desmame.

A técnica utilizada para fazer a criança desmamar varia de acordo com

a idade da mesma. Se a criança for maior, o desmame pode ser planejado

com ela. Pode-se propor uma data, oferecer uma recompensa e até mesmo

uma festa. A mãe pode começar não oferecendo o seio, mas também não

recusando. Pode também encurtar as mamadas e adiá-las. Mamadas podem

ser suprimidas distraindo a criança com brincadeiras, chamando

amiguinhos, entretendo a criança com algo que lhe prenda a atenção. A

participação do pai no processo, sempre que possível, é importante.


A mãe pode também evitar certas atitudes que estimulam a criança a

mamar, por exemplo, não sentar na poltrona em que costuma amamentar.

Algumas vezes, o desmame forçado gera tanta ansiedade na mãe e no

bebê, que é preferível adiar um pouco mais o processo, se possível. A

mãe pode, também, optar por restringir as mamadas a certos horários e

locais.


*Quadro 1 - Sinais sugestivos de que a criança está madura para o

desmame mãe e bebê.*

*Idade maior que um ano.

*Menos interesse nas mamadas.

*Aceita variedade de outros alimentos.

*É segura na sua relação com a mãe.

*Aceita outras formas de consolo.

*Aceita não ser amamentada em certas ocasiões e locais.

*Às vezes dorme sem mamar no peito.

*Mostra pouca ansiedade quando encorajada a não amamentar.

*Às vezes prefere brincar ou fazer outra atividade com a mãe ao invés de

mamar.


*Quadro 2 - Vantagens do desmame natural*

*Transição tranqüila, menos estressante para a mãe e a criança.

*Preenche as necessidades da criança até elas estarem maduras para o

desmame.

*Fortalece a relação mãe-filho.¿ Ajuda a mãe a ser menos ansiosa com

relação aos estágios de desenvolvimento de seu filho.


*Quadro 3 - Encorajando o bebê a desmamar: facilitadores*

*Mãe segura de que quer (ou deve) desmamar.

*Entendimento da mãe de que o processo pode ser lento e demandar

energia, tanto maior quanto menos pronta estiver a criança.

*Flexibilidade, pois o curso é imprevisível.

*Paciência (dar tempo à criança) e compreensão.

*Suporte e atenção adicionais à criança ¿ mãe não deve se afastar

neste período.

*Ausência de outras mudanças ocorrendo, como, por exemplo, controle

dos esfíncteres.

*Sempre que possível, desmame gradual, retirando uma mamada do dia a

cada 1-2 semanas.


As mulheres devem estar preparadas para as mudanças físicas e

emocionais que o desmame pode desencadear, tais como: mudança de

tamanho das mamas, mudança de peso e sentimentos diversos, tais como

alívio, paz, tristeza, depressão, culpa e arrependimento. Já se

avançou muito na valorização do aleitamento materno nos últimos

tempos. A recomendação da duração da amamentação passou de 10 meses na

década de 30 para dois anos, ou mais, nos dias de hoje. Atualmente,

fala-se em desmame natural como a forma ideal de desmame, sem

especificar uma idade mínima ou máxima para que esse processo ocorra.

Apesar desse avanço, ainda estamos longe de encararmos o desmame como

um marco do desenvolvimento da criança. Para chegarmos a este estágio,

faz-se necessário entender e enfrentar as circunstâncias que, segundo

Souza e Almeida, "ultrapassam a natureza e desafiam a cultura e a

sociedade".
Escrito por Pati Merlin extraído do site das Amigas do Peito

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Parto hospitalar normal x Parto Humanizado

Veja que vídeo bacana.
Peguei por indicação lá no Facebook.
Repare como o parto normal hospitalar é agressivo, invasivo, apressado, desrespeitoso, para mãe e bebê.
Já o parto domiciliar é totalmente ao contrário, calmo, tranquilo, de espera, muito respeito, achei lindo as parteiras sentarem-se ao lado da parturiente.
É muito lindo ver  deixar a natureza agir com toda sua sabedoria e perfeição.
confira, veja se conlui mesmo que eu.
bjs

domingo, 10 de abril de 2011

Video relato de parto de Rosana Oshiro

Comentei aqui sobre Rosana Oshiro e seu 5º parto, o terceiro domiciliar e segundo desassistido.
Sua história é linda, comovente e muito inspiradora.
Ela transmitiu ao vivo seu trabalho de parto via internet.
Sua intenção é de desmistificar o parto natural e certamente ela conseguiu.
Ela também criou o blog: O Parto é seu, empondere-se!
Tudo para esclarecer e apoiar quem deseja ter um parto natural, humanizado.
Eu me tornei mais uma de suas fãs e faço questão de divulgar sua tragetória que vale muito a pena conhecer.
Segue o vídeo relato de parto da Clara e em seguida os links dos relatos escritos por ela e pelo marido.
Emociona-se também!



Relato de parto da Clara por Rosana , clique aqui!

Relato de parto da Clara por Cleber Massao, o pai. Clique aqui!