segunda-feira, 26 de maio de 2014

Paternidade presente e ausente



Este é um assunto decorrente entre as mães, pais que não assumem suas responsabilidades, casados ou divorciados causando uma sobrecarga na mãe e defasagem emocional nos filhos.
Separei alguns textos bem bacanas sobre o assunto.
A enfase maior é no pai separado as as situações descritas são vivenciadas da mesma forma entre os casados também, os textos chegam a pontuar esta questão confira:

Pai quando dá
http://femmaterna.com.br/pai-quando-da/

A fácil paternidade
http://papodehomem.com.br/paternidade/

Amor de pai uma das principais influências na personalidade humana
http://hypescience.com/amor-de-pai-e-uma-das-principais-influencias-na-personalidade-humana/

Mãe solteira: os impactos de uma solidão feminina
http://redefulanas.wordpress.com/2013/07/16/mae-solteira-os-impactos-de-uma-solidao-feminina/

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

E porque tanta cesária?

Por Ana Cristina Duarte

O problema das cesarianas no Brasil tem quase infinitas bases. Vamos a algumas.

Pagamento por produtividade: muitos plantões médicos são remunerados por produtividade, ou seja, se nascer no plantão, a grana vai para aquele plantão. Se não nascer antes de terminar o plantão, se passar para o plantão seguinte, quem ganha o valor do parto é a equipe do plantão seguinte. O médico que passou o dia ali aguardando o parto e resolveu não operar, não ganha nada.

"Limpeza do plantão": prática que ocorre em muitos hospitais, onde o obstetra opera todas as mulheres antes de terminar o plantão, para terminar o dia com tudo "limpo", sem mulheres em trabalho de parto para a equipe que assume em seguida. Também acontece muitas vezes perto das 23h-0h, para que a equipe possa ir dormir sem ser incomodada durante a noite.

Falta de anestesista ou de obstetra: em muitas cidades pequenas não há equipes morando no local. Então, para que não haja risco da mulher entrar em trabalho de parto em um dia que não tem médico na cidade, agendam-se todas as cesarianas para o dia da semana em que os médicos estão de plantão.

Falta de especialistas: em hospitais em que se atendem nascimento de bebês de alto risco, como não há especialistas de plantão 24/7, os médicos preferem marcar as cesarianas para os dias e horários onde os especialistas estão presentes no hospital, assegurando assim que o recém nascido possa ser imediatamente atendido.

Pacotinho cesárea no SUS: alguns médicos ainda têm a prática (ilegal) de vender cesarianas a serem efetuadas dentro do SUS. A mulher paga direto para o médico, em dinheiro, e ele agenda a cesárea.

Ausência de analgesia de parto: apesar do direito legal à analgesia, na prática as mulheres não têm direito. E diante da ameaça de um parto torturante, com todo tipo de intervenção, e sem o direito a alívio da dor, as mulheres preferem fugir do parto normal oferecido no SUS.

Falta de experiência: muitos hospitais escolas, como o Hospital das Clínicas de São Paulo, por exemplo, ostentam taxas de cesáreas próximas de 65%, ou até mais. Em geral isso se dá pela falta de experiência da equipe em lidar com o parto normal em situações diferenciadas como o parto de gêmeos, parto de bebês grandes, de prematuros, de mulheres com cardiopatias ou outras doenças. Sem conseguir aplicar as evidências diretamente, quer por medo, quer por falta de prática, acabam recorrendo à cesariana com muita facilidade. No final os médicos saem sabendo fazer cirurgias, mas não sabem atender um parto fisiológico, sequer conhecem os tempos de um parto natural, sem indução.

Estrutura dos hospitais privados: o que faz o lucro das maternidades privadas é o agendamento prévio das cesarianas. Os hospitais não só recebem mais dos planos de saúde por esses procedimentos como também conseguem maximizar o uso dos leitos. Convém lembrar que a UTI neonatal e o banhos de luz são igualmente muito bem remunerados pelos seguros e planos, de modo que a cesariana acaba sendo, de longe, o mais lucrativo dos procedimentos de maternidade. O parto normal ocupa salas e enfermagem por muito tempo, tem pior remuneração pelos planos de saúde e é necessário que o hospital tenha vários leitos disponíveis, sem ocupação, aguardando mulheres que podem ou não entrar em trabalho de parto.

Medo das mulheres: depois de ouvir depoimentos incontáveis de violência obstétrica sofrida por conhecidas, muitas mulehres preferem juntar um pouco de dinheiro e pagar por uma cesariana agendada. Apesar dos riscos, apesar da dor da recuperação, não ter que passar por humilhação, dor, ocitocina, exposição, vergonha, compensa qualquer sacrifício, inclusive o financeiro. Uma cesariana hoje pode ser comprada por R$ 2.000,00 em várias cidades.

Remuneração (falta de): os planos de saúde pagam por volta de R$ 300 reais por um parto. Não compensa financeiramente para o médico conveniado. A solução é marcar mais de uma cesárea num só dia, sem comprometer o consultório e a vida privada. Alguns são honestos e já falam logo de cara. Outros vão seguindo o pré natal com frases vagas sobre o parto e no ultrasom de 37 semanas acabam "descobrindo" uma boa razão para marcar a cesariana para a semana seguinte. O parto normal pode até ter uma melhor remuneração, mas não é um prêmio de R$ 100 reais que fará um médico abdicar de sua agenda, vida familiar, consultório, plantão, para trocar três cesarianas marcadas, por três fins de semana dentro de um centro obstétrico.

Medo do parto: muitos obstetras tem medo do parto normal e acham a cesariana mais "controlável". Apesar de todas as evidências científicas, acabam sendo contaminados e às vezes congelados por experiências traumatizantes do passado. Não só não conseguem mais aguardar o parto, como recomendam a cirurgia cesariana para amigas, partentes, esposa, etc..

Litigância (medo de processo): historicamente no Brasil não se processa um médico por um mau resultado em uma cesariana, afinal ele fez todo o possível, usou a máxima tecnologia. No entanto qualquer resultado ruim de um parto normal é visto imediatamente como erro médico e os processos encaminhados ao CRM. Se um médico tira um bebê de 38 semanas e este vai para a UTI por desconforto respiratório, a sociedade em geral acha que ele salvou o bebê. Se um médico aguarda um parto normal e o bebê tem paralisia cerebral, não podendo (e não há como) provar que o evento foi anterior ao parto, a culpa certamente recairá sobre o parto.

Cultura da cesariana: na sociedade em geral, mesmo entre pessoas de grau educacional elevado, a cesariana é vista como algo melhor, mais seguro, normalizado, banalizado. Nas camadas menos favorecidas, ela é vista como bem de consumo, algo que só as mulheres ricas possuem, e que portanto deve ser melhor, mais desejável. A cesariana está nas TVs, novelas, nas resistas para mães (Sem Culpa). O parto normal é retratado como a opção nobre porém sofrida. Coisa de personagem que se perde na tempestade e vai parar numa choupana. As atrizes e famosas fazem cesariana.

Desinformação gerando medo: as mulheres tem pouca informação sobre o processo de gravidez e muitas ficam imersas no medo de algo acontecer. Esse medo inominável e incomensurável também é congelante e não permite que as mulheres duvidem de seus médicos, quando esses indicam a cesariana por "cordão enrolado", ou que enfrentem a família/marido e escolham outro obstetra no final da gestação. O medo é tão grande que basta a promessa de salvação feita por seu médico para que ela entregue seu corpo e todo o seu poder a essas mãos alheias.

Inoperância da ANS: a Agência Nacional de Saúde Suplementar, que deveria regular as práticas erradas no setor privado simplesmente ignora o problema, ou promove medidas tão inefetivas, que o resultado tem sido, nos últimos anos, contrário ao desejado, ou seja, aumento das taxas de cesariana. Com programas que dão pontos positivos, mas não encontram soluções efetivas, o fato é que os planos de saúde não vêem qualquer razão para saírem da zona de conforto dos 90% de cesarianas.

Conivência do Ministério da Saúde: a força com que o M.S. lutou pela amamentação no Brasil, e que poderia ter sido utilizada também na luta pelo direito a um parto digno para todas as mulheres, simplesmente esmorece ou nem chega a ser recrutada. É como se não fosse conveniente entrar em confronto com determinados setores. Por isso as medidas são sempre amenas, de "sedução", promessas de verba para reformas de centros obstétricos. Apesar de que essas medidas também são bem-vindas, o fato é que não haverá mudança significativa nas práticas sem medidas radicais do Ministério da Saúde.

Entre outras medidas precisamos (em ordem aleatória):

1) Segunda opinião na indicação da cesariana
2) Plantões nos hospitais privados que permitam um parto humanizado e digno a uma mulher que opte por usar o médico plantonista ao invés de seu obstetra do plano (mal remunerado)
3) Fiscalização de prontuários por comissões específicas (existem indícios de que a indicação da cesariana muitas vezes não casa com o que foi dito à gestante para justificar a cirurgia)
4) Planos de saúde começarem a glosar as cesarianas sem indicação
5) Fiscalização pelos planos de saúde das UTIs neonatais (onde parte razoável dos bebês está internada por desconforto respiratório advindos de cesarianas eletivas não necessárias)
6) Programas dos planos de saúde para partos humanizados, com direito a analgesia peridural a pedido materno.
7) Remuneração dos planos de saúde para partos normais atendidos por enfermeiras obstetras e obstetrizes
8) Direito de internação de gestante para parto com enfermeiras obstetras/obstetrizes
9) Direito à informação clara sobre as taxas de cesariana de cada hospital e cada médico credenciado dos planos de saúde
10) Humanização DE FATO dos partos no SUS, aumento dos Centros de Parto Normal geridos e atendidos por enfermeiras obstetras/obstetrizes, no paradigmas do parto humanizado, natural, com o menor número possível de intervenções, com a presença de acompanhante e doula (se desejado).
11) Direito à analgesia peridural no SUS
12) Treinamento médico adequado para o parto natural, fisiológico
13) A ANS deve estabelecer metas para redução de cesarianas, e prazos para o cumprimento das metas. Se os prazos não forem cumpridos, cabem multas aos planos de saúde. A agência pode até fornecer um estudo específico para a aplicabilidade de medidas de redução de cesariana, e propor a redução gradual: de 92% para 70% no primeiro ano, 50% no segundo, etc. EXIGÊNCIA do plantão presencial multiprofissional (obstetra, neonatologista, anestesiologista) e multidisciplinar (EOs e obstetrizes) que devem ser disponibilizados em todos os planos de saúde.
14) Ministério da Saúde precisa se posicionar claramente a respeito do serviço privado. A ANS gerencia planos, não prestadores privados. É preciso gerenciamento do setor privado, tanto quanto do público. Há que se exigir resultados.
15) A ANVISA precisa rever a RDC 36, que regulamenta funcionamento de serviços obstétricos. A imensa maioria dos hospitais brasileiros não segue as diretrizes. E a complexidade para os serviços de baixo risco acabam inviabilizando que se faça uma casa de parto privada nos moldes das européias. O custo básico inviabiliza.

(Mais sugestões serão incorporadas ao texto, conforme recebidas pelos leitores!)

Neste exato momento, sem medidas drásticas por nenhum setor, as taxas de cesariana no Brasil continuarão subindo, assegurando ao nosso país o título eterno de Campeão Mundial.

2012 - 52%

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Febre, o que fazer?

Febre é sempre um assunto que deixa qualquer mãe aflita, nosso instinto quer logo dar um antitérmico para que nosso filhote fique bem.
Soube que não é o melhor a se fazer pois a febre indica que algo está acontecendo no corpo e o aumento da temperatura protege o corpo.
Veja esta matéria para a Abril Bebê.com, a qual eu dei meu depoimento.
Serve como uma boa orientação.
Por Camila Goytacaz

A hora da febre

Mais importante do que erradicar a febre é prestar atenção ao aparecimento de outros sintomas e ao estado da criança


O que é a febreBasta ver bochechas mais vermelhas no bebê que o coração de mãe se aflige. Mas, o que é a febre? É a elevação da temperatura que acontece como um processo natural de defesa do organismo no combate às infecções. A febre em si não é doença, e sim sintoma de algo que está tentando chegar. Por isso, mais importante do que erradicá-la é prestar atenção ao aparecimento de outros sintomas. Às vezes, o corpo "vence" a batalha e as doenças nem aparecem. Outras vezes, logo chegam dor de garganta, dor de ouvido, infecções virais ou urinárias ou mesmo gripes e resfriados.

Déborah Gérbera, fotógrafa, 37 anos, confessa que passou três dias aflita quando Cauê, com 4 meses, teve a primeira febre e só se acalmou quando confirmou que tratava-se apenas de uma gripe. "Com o tempo, a gente compreende mais a função da febre e conseguimos manter a observação e cuidados sem ficar tão preocupada", conclui.


O que fazer na hora da febre
A primeira providência é medir. A temperatura normal é de até 36,5 graus. Até um ano de idade a temperatura corporal é mais alta nos bebês do que nos adultos. Recomenda-se que a o tema seja tratado entre mãe e pediatra nas primeiras consultas. É melhor ter a conversa preventiva, para não se desesperar quando a febre chegar em pleno feriado ou após o horário do consultório, o que é comum.


Como tratar
Apesar de a medição ser importante, o que difere a febre sem gravidade da preocupante é o estado físico da criança: se estiver brincando, disposto, corado, se alimentando, fique tranquila, não é necessário correr. Caso o bebê fique prostrado, sem interesse em mamar ou comer, abatido e choroso, significa que está desconfortável e o antitérmico vai ajudá-lo mais rapidamente a se recuperar. 1

Cada mãe, em sua experiência e de acordo com orientação do pediatra, parece descobrir seu limiar de controle da situação. Sibelle de Freitas, 33 anos, assessora de imprensa, mãe de Felipe, 5 anos, e Nicholas, 2 anos, conta que depois de alguns episódios, aprendeu a lidar com a febre nos meninos: "hoje ela não me assusta se subir até 38,5 graus. Procuro vesti-los com roupas frescas e deixar as janelas abertas para arejar a casa".

Um bom método é sempre o banho morno e rápido. Atenção: não é frio e nem gelado. Compressas frias com toalhinha na testa são a alternativa. Na hora de ministrar o medicamento indicado pelo pediatra, siga rigorosamente as instruções. Reforce a ingestão de líquidos, evitando o desidrate pela transpiração 2. O ideal é que a temperatura vá baixando aos poucos, então, tenha paciência. E jamais medique sem consultar o pediatra.


1 REVISTA SAÚDE. Febre infantil não é doença. Disponível em: http://saude.abril.com.br/edicoes/0336/familia/febre-infantil-nao-doenca-625299.shtml?pag=2. Acesso em: 12 jan. 2012.

2 REVISTA SAÚDE. Febre infantil não é doença. Disponível em: http://saude.abril.com.br/edicoes/0336/familia/febre-infantil-nao-doenca-625299.shtml?pag=4. Acesso em: 12 jan. 2012.


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Palmada não educa, conclui análise de 20 anos de pesquisas

Foi preciso 20 anos de pesquisa para provar que violência a criança não é bom, loucura não é?
Criança tira a gente do sério mesmo, quem é mãe, pai, professores sabem bem, mas  bom senso, equilíbrio, discernimento, ponderamento e sabedoria deveriam fazer parte da vida de um adulto.
Fui vítima de agressões físicas até ter tamanho para enfrentar meus pais, não foi fácil e certamente não me trouxe nada de bom, educativo ou disciplinador, ao contrário gerava revolta, depressão, angústia e opressão.
Como mãe pude observar mais sobre este instinto violênto, percebi que ao querer bater na criança pouco relaciona-se com o comportamento da criança e sim com o dos pais, uma frustração por exemplo que no momento em que a criança não faz o que os pais desejam abre-se uma "oportunidade" para descarregar o sentimento através da violência à criança, sentimento este que na verdade queria direcionar para o conjuge, chefe ou qualquer outra pessoa ou sitação que provocou o tal sentimento.
Mas enfim, esta seria uma outra discussão, confira o texto que é muito bacana

RICARDO BONALUME NETODE SÃO PAULO Via Folha.com


Atire a primeira pedra o pai ou a mãe que nunca pensou em jogar uma no seu filhote. Mas é melhor não. Vinte anos de pesquisas mostram: castigo físico não dá bons resultados.
Estudos em várias partes do planeta demonstram uma associação clara entre essa forma de punição e problemas como depressão, ansiedade e vícios, que podem começar na infância e se estender para a vida adulta.
Pesquisar o castigo corporal é um desafio. Em ciência, a metodologia mais usada é o estudo controlado aleatório: dois grupos recebem um ou outro remédio, por exemplo. Mas como fazer isso com palmadas? Um grupo de crianças apanha e outro não?
Por isso, são mais comuns os estudos "prospectivos": são estudadas crianças com níveis de agressão ou comportamento antissocial equivalentes no começo e analisada a progressão do comportamento. Ou "retrospectivos", baseados na memória.
Dois pesquisadores no Canadá --a psicóloga Joan Durrant, da Universidade de Manitoba, e o assistente social Ron Ensom, do Hospital Infantil de Eastern Ontario-- analisaram 20 anos dessas pesquisas, incluindo uma metanálise com mais de 36 mil participantes.
A conclusão de Durrant e Enson: "Nenhum estudo mostrou que a punição física tem efeito positivo, e a maior parte dos estudos encontrou efeitos negativos".
Mas será que isso vale para todo o planeta ou só para as sociedades mais tolerantes do Ocidente? Haveria o mesmo efeito em sociedades acostumadas a níveis altos de agressão no cotidiano, como a violência urbana do Brasil?
"Há uma suposição de que quanto mais comum é uma experiência, menor é o impacto nos membros do grupo que a experimentam. A pesquisa sugere uma resposta a essa questão. Crianças brancas, negras e hispânicas nos EUA, apesar de diferenças na prevalência do uso de castigo corporal, compartilham os mesmos riscos do seu uso", disse Ensom à Folha.

QUEM APANHA MAIS
Os melhores estudos sobre a "prevalência da palmada" foram feitos nos EUA. Conhecendo os adolescentes, poderia se esperar que eles seriam os alvos mais naturais.
Mas são as crianças menores que mais sofrem castigo. "Nos EUA, quase todas as crianças da pré-escola levaram palmada. Provavelmente porque são ativas e inquisitivas e têm compreensão limitada de perigo ou das necessidades dos outros", diz Ensom.
Certo, qual a opção, então, ao tapinha "corretivo"? Os pesquisadores falam em "disciplina positiva". A autoridade dos pais continua existindo, mas sem violência.
"A disciplina positiva ensina pacientemente em vez de punir arbitrariamente. Se você espera que uma criança arrume seus brinquedos e ela foi lembrada de fazê-lo, mas mantém a TV ligada em vez disso, é razoável que os pais digam: 'Sem TV até você arrumar seu quarto'", exemplifica o pesquisador.
Bater em uma criança só a ensina a usar agressão, segundo outro pesquisador do tema, George Holden, da Universidade Metodista do Sul, de Dallas, Texas, sul dos EUA.
"Existe um debate sobre o fato de crianças serem menos afetadas pelo castigo se essa for uma prática aceita na sociedade em que ela está. Estudos descobriram que a frequência cultural do castigo é um 'moderador' dos efeitos", disse Holden à Folha.
Segundo Holden, que no ano passado coordenou uma conferência para promover o fim do castigo corporal, as palmadas são mais frequentes de dois a cinco anos.
"Alguns pais batem em crianças mais velhas, talvez 10%, e alguns continuam a usar o castigo corporal em adolescentes", diz ele.
O brasileiro apanhou muito quando era criança ou adolescente, mas os americanos apanharam mais.
Pesquisa de 2010 com 4.025 pessoas com mais de 16 anos em 11 capitais do país revelou que 70,5% sofreram alguma forma de castigo físico quando jovens. Já nos EUA, a porcentagem passa dos 90% --e fica em torno dos 10% na Suécia, segundo o cientista social Renato Alves, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP.
"É difícil fazer pesquisa com criança", diz Alves. Ainda mais porque os pais estão junto e eles podem estar castigando os filhos.
O tema afeta a delicada área dos direitos individuais e da intromissão do Estado na vida privada. Como demonstraram os debates no ano passado sobre a Lei da Palmada --projeto de lei para proibir castigos físicos em crianças e adolescentes, em tramitação no Congresso.
Há pais que defendem o direito de disciplinarem suas crias da maneira que bem entenderem. Mas defensores dos direitos humanos sustentam que eles "começam em casa". E, claro, há o fato de o Brasil ser signatário da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança.
Mas Alves diz que há pouca chance de a Lei da Palmada vingar. Ele nota a ironia: um adulto bater em outro é crime, mas um adulto bater na sua criança não é.
A Sociedade de Pediatria de São Paulo acaba de lançar o Manual de Atendimento às Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência. Na publicação, que será distribuída a profissionais, a entidade afirma que a violência doméstica começa com a palmada.
CHINELO E PAU
Dos brasileiros que afirmaram ter apanhado, a maioria --42%-- afirmou ter apanhado pouco; só 11,4% levavam tapa "quase todos os dias". O mais comum era levar palmada (40,1%), apanhar de chinelo (54,4%) ou de cinto (47,3%); só uma minoria corria riscos maiores ao apanhar de pau ou objetos semelhantes (12,2%). Claro, os percentuais passam de 100% porque os pais variavam a forma de castigar os rebentos...
Editoria de Arte/Folhapress

terça-feira, 3 de abril de 2012

Bebês amamentados sob livre demanda são mais inteligentes, diz pesquisa

Estudo mostra que é melhor amamentar seu filho quando ele pedir do que seguir horários pré-estabelecidos. Veja mais

Por Bruna Menegueço

O que você faz quando seu filho chora? Se a sua resposta for amamentar significa que seu filho tem grandes chances de ser um excelente aluno. É isso mesmo! Um novo estudo do Instituto de Pesquisas Sociais e Econômicas da Universidade de Essex, na Inglaterra, mostrou que os bebês alimentados sob livre demanda, ou seja, sempre quem têm vontade, se saíram melhor em provas escolares, incluindo testes de QI.

Para chegar a esse resultado, os pesquisadores avaliaram 10.419 crianças nascidas em 1990. Eles compararam o desempenho escolar dessas crianças e perceberam que aqueles bebês cujos choros foram recompensados com leite ou fórmula apresentavam um QI com até 5 pontos a mais do que os bebês que tinham horários para mamar.

Segundo a pediatra Teresa Uras, membro do Núcleo de Aleitamento Materno do Hospital Samaritano, o bebê deve mamar quando e quanto quiser. Dessa forma, ele sofre menos, fica menos estressado e dorme melhor. Além disso, aprende a lidar com a saciedade, o que reduz o risco de obesidade no futuro. “Para a mãe, a mamada livre também traz benefícios. Previne a dor e o endurecimento da mama causada pelo leite congestionado. Quando a criança vai ao peito com muita fome e vontade, é comum que ela machuque o seio da mãe”, completa a especialista.

É preciso cuidar, no entanto, para que a mãe não fique exausta. Ela vai precisar de ajuda para poder estar disponível para o bebê que, aos poucos, vai criar o seu próprio ritmo de amamentação. Os pais também passam a reconhecer com facilidade o choro de fome. Ou seja, acalme-se porque vai dar tudo certo!


Via Revista Crescer On Line

quinta-feira, 29 de março de 2012

Os perigos de deixar um bebê chorando

colo do titio
Como é comum e até recomendado deixar o bebê chorando, dia ou noite, mais ainda a noite né?
O argumento é simples: não acostumar o bebê no colo, mimar o bebê, acostumar mal.
Eu penso assim, o bebê começa a ter memória a partir do 6º mês de gestação, ele já se conheceu dentro do útero da mãe, quentinho, escurinho, acolhedor, justinho, silêncioso e aquoso.
Ele sente a mãe, sua voz, seu carinho, seus sentimentos, alegrias e preocupações, o bebê sente que ele e a mãe são uma pessoa só.
Então ele passa pelo intenso trabalho de parto pra nascer, chega a um ambiente estranho, frio (sim porque dentro da mãe estava a 36 e até 37º) claro, seco, sendo manipulado de um lado ao outro, um tecido passa por todo seu corpo, alías, bracinhos e perninhas cada um para um lado, oposto da posição de segurança e conforto que estava até então: encolhidinho.
Sondas são enfiadas em todas as suas vias, um colírio fortíssimo é colocado em seus olhos, tudo rápido numa sala cheia de barulho, até que é enrolado em um tecido e uma touca é colocada em sua cabeça.
Nesse momento a mãe, então, finalmente pode segurar o bebê pela primeira vez ou simplesmente passa pelo olhar da mãe paralisada pela anestesia para a cesária e vai para o berçário.
colo da mamãe no sling, a forma mais gostosa de colo!
Lá fica sózinho em meio a outros bebês e pessoas estranhas, dizem que em alguns lugares o bebê fica com a mãe o tempo todo, melhor né?
Mais alguém também acha bem traumático, até agressivo?
O que o bebê mais quer e precisa com todo esse processo?
Será que acertou quem disse o colo? Colo da mãe? do pai?
Se o bebê chora porque quer o colo, o que que ele está precisando?
Não seria o acolhimento, a proteção, o cheiro, a voz, o carinho, os sentimentos, a unicidade com a mãe?
Eu pessoalmente tenho plena certeza disso.
Considerando que seja assim, que mensagem é passada ao bebê quando seu choro não é atendido?
Medo, abandono, insegurança e sabe lá mais o quê?
Eu sinto e entendo assim.
Com o colo, o atendimento as necessidades do bebê, penso que ele se desenvolva com confiança, o que vai refletir em toda a sua vida, influenciar o modo como ele lidará com tudo na vida.
Ao contrário do que se pensa, acredito que este bebê se torne mais independente ao ser atendido prontamente em suas necessidades.
Meu filho com pouco menos de 4 anos quer fazer tudo sozinho, faz muito bem, relaciona-se muito bem com todos e quer se afastar de mim, de uma forma muito boa, é claro, quer experimentar, vivenciar sem a proteção da mãe, quer testar sua segurança sem a mãe, pois a mãe é a guarda, proteção, acolhimento, e se ele sente-se seguro e confiante a seguir sem essa redoma é porque amadureceu, evoluiu, cresceu.
colo do papai
E eu acho isso muito bom.
Acho dificil, não sei muito bem como o fazer porém quero educar meu filho para a liberdade: mental, espiritual, de conceitos fechados.
Quero educá-lo para a alegria, bem estar, para a verdade.
E para isso, oferecer a ele atenção as suas necessidades de cada fase de sua vida e na primeira fase o colo é fundamental.
Hoje eu quero pegá-lo no colo, cheirar, beijar, ficar grudadinha e ele não quer, não tem nem 4 anos ainda, imagina se eu não tivesse curtido muito o colo até então?

Leia o Artigo competentemente escrito sobre o assunto, este confirma muitas de minhas colocações, muito bacana, vale a pena conferir:
Os perigos de deixar um bebê chorando, de Darcia Narvaez, PhD, retirado de Psychology Today. Tradução livre de Bianca Balassiano.

Originalmente publicado por Bianca Balassiano em seu SITE.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Seio da Amamentação, seio do carnaval


Essa foi uma discussão forte que tivemos a pouco tempo.
Mulheres sendo proibidas de amamentar em público.
Facebook censurando fotos de amamentação.
Rafinha Bastos e Marcelo Taz avacalhando o ato de amamentar em público.
Homens e mulheres falando em moralidade, falta de respeito ao amamentar em público.
Houve até um "protesto" no Itaú Cultural depois de uma mãe ter sido impedida de amentar seu bebê na exposição, várias mulheres reuniram-se no Itaú Cultural para amamentar seu filho, todas as mídias mostraram o evento.
Uma discussão hipócrita ja que nos dias atuais mulher pelada é uma bobagem, está em qualquer revista, qualquer publicidade, qualquer programa de televisão e em qualquer horário mas parte do seio a vista para amamentar não pode (?!?!)
Muito bem, eis que chega o carnavale que cenas nos deparamos o tempo todo?
Mulher pelada e aí tudo bem, é bonito e tudo mais.
Recolhi no Facebook algumas fotos divulgadas por mães que assim como eu ficam indignadas com tal polêmica, a seguir:



Esta última, a mãe amamentando é Kalu Brum que teve sua foto de perfil amamentando censurada pelo Facebook