domingo, 27 de março de 2011

Só se aprende na prática

O clichê cabe muito bem quando o assunto é preconceito. Se as crianças aprendem com os exemplos dos pais, vejam situações e dicas para ajudar você a abordar o respeito à diversidade em casa



4 maneiras de falar sobre diversidade para o seu filho

· Passeios e viagens. Vocês adoram viajar, conhecer novos lugares? Pois em cada espaço deste pode acontecer um belo aprendizado. Vale desde ir a um restaurante que fica em um bairro típico japonês, como é o caso do bairro da Liberdade (SP), até uma aldeia de pescadores em uma praia do Nordeste. Só de observar a decoração e os costumes, ouvir os variados sotaques (ou idiomas, claro) e chamar a atenção para isso de forma sutil e o mais natural possível já será muito argumento para o seu filho desde compreender que há muitas formas de viver. Se você engatar uma conversa, por exemplo, com a baiana do tabuleiro de acarajé e afins, instigue seu filho a participar da conversa. Quando estiverem em busca de um suvenir ou um presente, mostre que a produção local, o artesanato, é um jeito daquele povo se expressar ou ganhar dinheiro.

· Literatura infantil. Livros infantis ajudam você a alcançar qualquer parte do mundo. Há muita opção paradidática, mas tente optar por histórias, por livros que usem a literatura para abordar os temas. Se for algo muito direto, em que sentimos a lição de moral muito clara, leva a criança com delicadeza ao tema, com um filme que nos emociona. Um exemplo muito bom é Minhas Contas (Ed. Cosac Naify, R$ 32), de Luiz Antonio. O autor fala sobre intolerância religiosa e conta a história de Nei e Pedro, proibidos de serem amigos porque um deles segue o candomblé. Outro exemplo muito bacana é Divina Albertina (Ed. Brinque-Book), de Christine Davenier. Nele, o respeito à diversidade é exposto por meio de uma história de amor. Em ABC do Mundo Árabe (Ed. SM, R$ 30), de Paulo Daniel Farah, um pouco a cultura árabe que o mundo todo herdou. A editora também tem, por exemplo, ABC do Brasil e ABC do Japão. Confira outras opções no Livros Pra Uma Cuca Bacana.

· Fotografias. Livros de fotografias que trazem o dia a dia ou a realidade de uma população vão ajudar a mostrar que cada povo pode viver de um jeito diferente ou então que há semelhanças em culturas distintas. Já conhecem o livro Bebês do Brasil (Ed. Globo, R$ 45), lançado pela CRESCER? É uma ótima maneira de começar este tipo de prática com a criança. São 27 histórias de bebês e suas famílias de cada estado brasileiro e do Distrito Federal. Fotos em jornais e revistas também são uma material rico, atual e simples de ser acessado e aproveitado pela família.

· Filmes. Quem não viaja e conhece pessoas, paisagens e modo de viver quando assiste a um bom filme? É espaço para falar, sim, de modos de vida – desde o americano, o mais divulgado pela força do país na sétima arte - até o japonês, o indiano, o inglês (Harry Potter, que tal?). Um exemplo que pode entreter crianças a partir de 6 anos é o iraniano Filhos do Paraíso, que conta a história de Ali, um menino que, enquanto fazia as compras no mercado, perde os sapatos da irmã menor, Zohre. Ela deveria usá-los para ir à escola. Para não preocupar os pais, eles passam a se encontrar escondido e dividir o uso do tênis: num período fica com ele e em outro fica com ela. Além da bela história, passa por ali o jeito de se vestir, comer, se divertir e até procurar emprego. Já a animação francesa Azur e Asmar fala de dois meninos que são criados como irmãos mas, um dia, são separados. Um é pobre, o outro é rico. Quando se reencontram, adultos, em busca da Fada dos Djins, já não são mais amigos, e sim, rivais. Este, claro, aborda a diversidade social. Mais uma dica pode mostrar, por exemplo, o dia a dia de uma Paris antiga e, com sutileza, mostra até uma situação que poderíamos chamar de bullying, é O Balão Vermelho. A produção é de 1956, e é um filme de média-metragem, tem 40 minutos de duração. Considerado um obra de arte do cinema, na história um menino encontra um balão vermelho e, como dois grandes amigos, eles vão se aventurar pelas ruas parisienses.
Considerado uma obra de arte do cinema, na história um menino encontra um balão vermelho e, como dois grandes amigos, eles vão se aventurar pelas ruas parisienses. Outro filme que também vai abordar bem a questão da diversidade é o Um Sonho Possível, baseado em história verídica e que deu Oscar de melhor atriz a Sandra Bullock em 2010. Nele, uma família muito bem de vida cruza suas vidas a de um garoto enorme e carente de afeto e estrutura e que ganha destaque no futebol americano. Bem ao estilo americano de ver, conversas sobre racismo, diferença em outros tipos e o sucesso de quando se cria uma relação com base no afeto e na confiança em si mesmo.

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